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Londrina Esporte Clube 64 anos: No Clássico do Café, o Paraná volta a ser Alviceleste

Com duas vitórias sobre seu maior rival, o Tubarão volta a ser campeão paranaense

Por Assessoria de Imprensa
quinta-feira, 02 de abril de 2020
Londrina Esporte Clube 64 anos: No Clássico do Café, o Paraná volta a ser Alviceleste
Jogadores comemoram o gol de Carlos Alberto Garcia, que deu o título de campeão Paranaense de 1981. (Foto: Arquivo José Eugênio/ Revista Placar)

Se em 1980, com a conquista da Taça de Prata foi muito especial, no ano seguinte, em 1981, o Londrina Esporte Clube voltou a conquistar o Campeonato Paranaense após 19 anos, em dois grandes jogos contra o seu maior rival, o Grêmio Maringá, no chamado “Clássico do Café”.

 

Com grandes nomes dentro de campo, o técnico Urubatão Calvo Nunes contava com a segurança de Neneca no gol, o bom posicionamento de Zequinha na zaga, o controle do meio-campo de Zé Roberto, a velocidade de Zé Dias, a habilidade de Carlos Henrique e o faro de gol, de Paulinho. Sem falar da estrela de Carlos Alberto Garcia e a juventude de alguns jovens jogadores, que iriam brilhar mais tarde, como Márcio Alcântara e Adalberto.

 

Modo de disputa

 

O Campeonato Paranaense de 1981 foi disputado em dois turnos, onde as quatro melhores equipes de cada etapa se enfrentavam em um quadrangular, visando o título do turno. Os campeões de cada quadrangular, faziam a final do Estadual.

 

Campanha

 

No primeiro turno, após jogos de desempate, o Londrina ficou no 2º lugar do quadrangular, um ponto atrás do Grêmio Maringá, que foi o campeão. Já no segundo turno, o Tubarão terminou novamente na segunda colocação, se classificando para o quadrangular.

 

Na quadrangular, o Londrina enfrentou Coritiba, Grêmio Maringá e Matsubara. Na 5ª rodada, o LEC visitou o Coritiba e necessitava da vitória para continuar em busca do título. O ídolo Carlos Alberto Garcia, que havia retornado ao Alviceleste naquela temporada, lembra que foi uma grande partida em Curitiba e que seu gol, manteve o LEC na disputa. “Nesse jogo, entrei jogando, pois o Zé Dias tinha tomado o terceiro cartão amarelo, o Urubatão colocou o Nivaldo na direta e eu do outro lado. Eu fiz gol e vencemos por 2 a 1, ganhar do Coritiba naquela época era muito difícil. Tudo foi feito para o Coritiba ganhar aquele Paranaense, mas eles não esperavam que fôssemos jogar tanto, como jogamos naquele jogo”, relembrou Garcia.

 

Na última rodada, o Tubarão recebeu o Matsubara e os dois brigavam pelo título do segundo turno. O LEC venceu por 2 a 1 e conquistou o quadrangular final do segundo turno. Com o título, iria enfrentar o Grêmio Maringá na grande decisão. Como a campanha do Londrina foi melhor nas duas fases, o jogo decisivo aconteceria no Café.

 

O primeiro jogo da decisão, aconteceu em 22 de novembro de 1981, no Estádio Willie Davids, em Maringá. Com grande futebol, o Londrina foi arrasador desde o princípio da partida e na primeira etapa, já havia feito dois gols, com Carlos Henrique e Zé Dias. No começo do segundo tempo, Zé Roberto ampliou o marcador. No final do jogo, o clube maringaense descontou o placar, sendo finalizado em 3 a 2. Garcia destaca que aquele time era tão qualificado, que ele não entrou na partida. “Com as voltas de Zé Dias e Nivaldo, em Maringá eu fui para o banco e lá nem entrei, o Carlos Henrique acabou com o jogo, aquela foi a melhora partida que vi de um jogador em toda minha vida. Eu nem entrei, o Itamar que entrou, outro bom atacante que estava no banco”, destacou o eterno camisa 8.

 

Na partida de volta, dia 29 de novembro de 1981, no Estádio do Café, Garcia ficou preocupado, pois ele queria partida daquele jogo, mas novamente ficou no banco. “A minha preocupação para a final, estava no banco também e fiquei preocupado de nem entrar”, lembrou Carlos Alberto Garcia.

 

Paulinho, o Canhão de Pinhal, abriu o placar na primeira etapa, em um chute cruzado que queimou a grama, sem chances para o goleiro. Ainda no primeiro tempo, o Grêmio Maringá empatou o jogo. No começo da segunda etapa, o GEM voltou pressionando, já que o resultado de empate não lhe servia. Diante da situação, a torcida londrinense começou a grita o nome de Garcia, que prontamente, sem que o técnico Urubatão o chamasse, começou a aquecer, levando os torcedores a loucura.

 

Após toda a comoção do estádio, Urubatão resolveu colocar Garcia em campo. “A torcida pediu meu nome, 1 a 1, o jogo estava difícil, até achei que ele iria colocar o Itamar, aí comecei a aquecer sem o Urubatão me chamar, então ele falou assim ‘entra lá, entra lá’, aí entrei no lugar do Nivaldo”, concluiu Garcia.

 

No primeiro toque na bola, a torcida comemorou como se fosse um gol, porém, a comemoração demorou um pouquinho mais. Após Carlos Henrique sofreu falta na esquerda, uma confusão começou entre os atletas das duas equipes. Após o atrito, Carlos Henrique cobrou falta na entrada da pequena área, Garcia nem precisou subir e testou como um chute, a bola no ângulo direito do arqueiro do Grêmio Maringá.

 

“O Carlos Henrique sempre cruzava para mim, era meu ponto forte, naquele dia com um jogo muito apertado, com pouco espaço, o Carlos Henrique não estava conseguindo jogar pela esquerda. Então ele falou: ‘Garcia, vai lá que vou cruzar para você!’, fiquei quieto no meio da área, então fiz o gol de cabeça, foi um chute de cabeça”, enfatizou Garcia, que usou a camisa 15 naquela final.

 

Após o apito final, só restou festa e comemoração para os atletas e torcedores no Estádio do Café. Para Carlos Alberto Garcia, foi muito importante o título, já que era o primeiro dele com a camisa Alviceleste. “Foi um momento indescritível, muita emoção, muita alegria e era muito importante ser campeão paranaense”, finalizou o ídolo londrinense.

 

O time do segundo jogo decisivo foi: Neneca; Toninho, Zequinha, Fernando e Zé Antônio; Luis Gustavo, Zé Roberto e Nivaldo; Zé Dias, Carlos Henrique e Paulinho. Técnico era Urubatão Calvo Nunes.

 

Ainda participaram da competição os seguintes jogadores: Cacau, Arenghi, Itamar, Osmarzinho, Zé Carlos, Carlos Alberto Garcia, Márcio Alcântara, Adalberto, Tatá, Everton, Capelozzi, Luizinho, Valdir, Jorge e Silva.

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