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Londrina Esporte Clube 64 anos: Londrina conquista a Taça de Prata de 1980

O Estado do Paraná teve com o Tubarão sua primeira conquista a nível nacional

Por Assessoria de Imprensa
quarta-feira, 01 de abril de 2020
Londrina Esporte Clube 64 anos: Londrina conquista a Taça de Prata de 1980
O lateral-esquerdo Zé Antônio, abriu o placar da vitória na final contra o CSA-AL, com um gol de cabeça. (Foto: Arquivo Folha de Londrina)

O ano de 1980 foi muito especial para o Londrina Esporte Clube e também para o Estado do Paraná, pois o Tubarão conquistou o título da Taça de Prata do Campeonato Brasileiro, sendo a primeira equipe do Estado a ter uma conquista a nível nacional.

 

Sob o comando de Jair Bala e tendo uma mescla de juventude e experiência, o Alviceleste colocou a estrela prateada no peito. Com o capitão Wanderlei Paiva, o jovem Everton, a velocidade de Zé Dias e os gols de Paulinho, o Canhão de Pinhal, o LEC fez bonito na competição.

 

Modo de disputa

 

A Taça de Prata foi criada pela CBF, para haver uma separação entre as divisões do Campeonato Brasileiro, que até então, tinha apenas um campeonato unificado com muitas equipes.

 

64 times entraram para a disputa da Taça de Prata de 1980, sendo divididos em oito grupos com oito equipes em cada. Os três primeiros de cada grupo, avançavam na competição. Os líderes disputavam um mata-mata na 2ª fase, onde o vencedor de cada confronto avançava para a 2ª fase da Taça de Ouro e os perdedores, iam para a 3ª fase da Taça de Prata. Os outros dois classificados dos grupos da 1ª fase, chegavam direto até a 3ª fase da competição.

 

Na 3ª fase, os clubes eram divididos em quatro grupos com cinco equipes, onde os campeões de cada chave, avançavam às semifinais, em partidas de ida e volta. Os vencedores chegavam à final da competição.

 

Campanha

 

Na primeira fase, o Tubarão esteve no Grupo H, onde se encontravam equipes de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os outros sete adversários do Tubarão eram: Juventus-SP, Comercial-SP, Athletico Paranaense, Juventude-RS, Brasil-RS, Criciúma-SC e Chapecoense-SC.

 

Na última rodada, o Tubarão precisava de um tropeço do Athletico, que jogava contra o Comercial-SP, um dia antes em Curitiba-PR e que vencesse a Chapecoense, no interior catarinense, para avançar na competição. O atacante Paulinho, recorda que os atletas acompanharam a partida do Rubro-Negro paranaense pelo radinho. “Em Chapecó, a gente jogava no domingo e no sábado, jogava em Curitiba, o Athletico e o Comercial, mas não poderia ter um vencedor, para que a gente ganhasse da Chapecoense e continuasse com chances. Eu tinha um radinho de pilha, antigo, aqueles motorádio e assistimos o jogo, que terminou empatado. Eu estava um pouco nervoso, peguei o radinho e mandei no chão, o pessoal perguntou se estava louco, então falei que íamos ganhar o jogo contra a Chapecoense, para ganhar outro”, relembrou Paulinho, em meio a risadas da situação.

 

Após sete jogos, o LEC ficou na terceira colocação com nove pontos ganhos, com a mesma pontuação do Athletico, porém, com mais vitórias, avançou na competição.

 

Já na terceira fase, sem ser regionalizado, o Alviceleste esteve no Grupo J com outras quatro equipes: Grêmio Maringá-PR, Sampaio Corrêa-MA, Anapolina-GO e Bonsucesso-RJ. Com quatro vitórias em quatro jogos, o Tubarão se classificou as semifinais do torneio.

 

Momentos de decisão

 

Classificado, o Londrina iria encarar o Botafogo-SP, sendo a primeira partida em Ribeirão Preto-SP e a volta em Londrina. Naquela época, as equipes paulistas tinham uma tradição maior nas competições e até, cediam jogadores para a Seleção do Brasil.

 

O centroavante comentou sobre a boa equipe do Botafogo, porém, acrescentou que o Londrina em momento algum temeu e saiu vitorioso na partida de ida. “Como nossa campanha era melhor, nosso primeiro jogo foi em Ribeirão Preto. Chegamos lá, o Botafogo com um baita time, tinha jogador de seleção, Paulo César de ponta direita, o zagueiro Manoel, para a época, um time muito bom, mas a gente estava melhor. O Nivaldo fez um gol e eu fiz o outro, de cabeça, ainda lembro, pois, toda minha família estava assistindo o jogo”, lembrou da partida se emocionando bastante, onde o Tubarão venceu por 2 a 1.

 

Na partida de volta, no Estádio do Café, com gol de Everton, o LEC derrotou novamente o clube paulista, garantindo sua vaga na final. Na outra semifinal, o CSA-AL encarou a Ferroviária-SP, onde o clube alagoano venceu as duas partidas por 1 a 0. O Canhão de Pinhal, disse que sua torcida era para que a Ferroviária avançasse, para que sua família pudesse ver o jogo novamente do estádio.

 

Novamente com melhor campanha, o LEC decidiria a competição diante do seu torcedor, tendo que enfrentar o CSA no Estádio Rei Pelé, em Maceió-AL, na partida de ida. Mais de 25 mil pessoas compareceram a praça esportiva. Os gols aconteceram apenas na segunda etapa, quando Paulinho, abriu o placar, calando o torcedor local, com 31 minutos.

 

Nove minutos depois, Dentinho empatou a partida para o clube alagoano, deixando em aberto o título para a decisão no Estádio do Café. Preocupado em não ficar fora do jogo decisivo, Paulinho foi até o árbitro conversar para não receber cartão amarelo, que caso acontecesse, seria o seu terceiro e o que lhe daria uma suspensão. “O árbitro era paulista, fui falar com ele, pois eu tinha dois cartões amarelos, estava com medo e ele falou que era para eu jogar bola e nem conversar com ele e se fizesse gol, não era para sair comemorando. Quando fiz o gol, fiquei ali dentro do campo, vibrando com nosso time”, disse Paulinho.

 

Antes de chegar no Estádio do Café para a partida de volta, o Canhão de Pinhal viu os torcedores lotando o palco da final e afirmou que o título tinha que ser do LEC. “A gente concentrava na cidade de Cambé, quando chegamos na rodovia e de lá, já se via o campo, a gente já viu que o estádio estava lotado de gente, falei que a gente não podia perder esse jogo”, comentou Paulinho.

 

Com toda a festa para a torcida, aos 26 minutos da etapa inicial, Toninho cobrou falta para o segundo pau, Zé Antônio apareceu sozinho e com um cabeça, estufou as redes do CSA, abrindo o placar para o Londrina. Poucos minutos depois, com 33’, em jogada trabalhada pelo técnico Jair Bala, o capitão Wanderlei Paiva fez um lançamento nas costas do lateral-esquerdo, Zé Dias, que era muito rápido se aproveitou, passou pela marcação e tocou no bico da pequena área para Lívio, que só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo do gol.

 

Já na segunda etapa, Paulinho resolveu assumir o protagonismo da partida com uma cena memorável para qualquer torcedor Alviceleste que esteve naquele dia no Estádio do Café ou que viu as imagens pela televisão ou internet. Com 35’ da segunda etapa, Paulinho recebeu na intermediária de ataque, avançou e da meia-lua, bateu forte e a bola morreu no ângulo esquerdo do goleiro.

 

Na comemoração, Paulinho saiu sem direção e correu ao encontro da Taça de Prata, que estava em cima de uma mesa, nas proximidades das arquibancadas cobertas. “Não sei o que deu na minha cabeça até hoje, não tinha pensado em nada, nem sabia que a taça estaria lá, eu fiz o gol e corri em direção a torcida das cativas. Pintou a taça na minha frente, corri, na velocidade que estava, com chuteira, subi na mesa e não sei, nem escorreguei. Era para ter caído com troféu e tudo, beijei a taça e voltei para o gramado, estava tudo programado para dar certo para nós” lembrou com alegria de uma imagem icônica do beijo na taça.

 

Ainda quatro minutos depois, em cobrança de pênalti, que teve de ser repetida por invasão da grande área, Paulinho fuzilou para o gol e deu números finais ao jogo. Não precisou nem de apito final, poucos minutos depois, a torcida invadiu o gramado e fez sua festa do primeiro título nacional do LEC e do Estado do Paraná.

 

Para Paulinho, algo ainda mais especial estava por vir, após a invasão, ele só conseguiu ficar com sua chuteira e sua sunga, o restante dos materiais, o torcedor levou como prêmios pela conquista inédita. Após a taça ser levantada, os jogadores subiram no carro do Corpo de Bombeiros e deram uma volta pela cidade, recebendo o carinho do torcedor da cidade.

 

“O carro dos Bombeiros entrou no Estádio do Café e nós fomos passear pela cidade, isso para mim, nunca tinha acontecido, era uma coisa inédita, tenho algumas fotografias onde estou em cima da cabine do caminhão, com a taça na mão e demos uma volta na cidade, sei que a cidade inteira estava em festa”, finalizou Paulinho, sobre a comemoração do título da Taça de Prata.

 

O time base que marcou a história do Londrina Esporte Clube, foi montado pelo técnico Jair Bala: Jorge; Toninho, Gilberto, Fernando e Zé Antônio; Wanderlei Paiva, Lívio e Everton; Zé Dias, Nivaldo e Paulinho. Alguns outros atletas que participaram das finais: Claudinho, André e Zé Roberto.

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