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Londrina Esporte Clube 64 anos: Tubarão derruba gigantes e encanta o Brasil em 1977

Tubarão derruba grandes equipes e fica entre os quatro melhores do Brasil em 1977

Por Assessoria de Imprensa
segunda-feira, 30 de março de 2020
Londrina Esporte Clube 64 anos: Tubarão derruba gigantes e encanta o Brasil em 1977
Uma das partidas mais marcantes daquela campanha foi a vitória sobre o Vasco da Gama, em São Januário, com mais de 40 mil pessoas. (Foto: Arquivo Folha de Londrina)

Um dos anos mais marcantes desses 64 do Londrina Esporte Clube aconteceu entre 1977 e 1978, no Campeonato Brasileiro correspondente a 1977. O Tubarão derrubou grandes equipes até se superado na semifinal pelo Atlético Mineiro. O torcedor Alviceleste foi um dos responsáveis por marcar esse período.

 

Comandados pelo técnico Armando Renganeschi, nomes como: Paulo Rogério, Arenghi, Carlos Alberto Garcia e Brandão brilharam com a camisa Alviceleste, encantando o Brasil com seu futebol e fazendo os clubes do eixo Rio-São Paulo se assustarem.

 

Modo de disputa

 

O Campeonato Brasileiro de 1977 foi dividido em três fases, além da semifinal e final. No total, 62 clubes disputaram a competição naquela edição, que foi dividida entre os anos de 1977 e 1978.

 

Primeira fase e repescagem

 

Na primeira fase, o Londrina esteve no Grupo D ao lado de mais nove equipes, onde todos se enfrentavam em turno único, com os cinco melhores indo para a segunda fase e os cinco piores, para a repescagem.

 

Para Carlos Alberto Garcia, o LEC entrou na competição com o otimismo de uma equipe forte que foi montada pela diretoria. “Sempre foi uma expectativa muito boa, porque a base de 1976 foi mantida e a gente já via que tinha um crescimento, com a entrada do presidente Carlos Antônio Franchello, começaram a contratar jogadores de equipes da região e percebemos que fortaleceu a equipe”, destacou Garcia sobre o início de competição.

 

Porém, o começo de competição não foi das melhores para o Tubarão, que terminou a primeira fase na 8ª colocação com oito pontos conquistados, indo para a repescagem. Nesta fase, o LEC caiu no Grupo P com outras quatro equipes: Athletico Paranaense, Goiás, Goiânia e Vila Nova. Como na primeira fase, apenas um turno com as equipes se enfrentando em quatro jogos.

 

Com três pontos ganhos nos dois primeiros jogos, o Tubarão tinha uma dura batalha pela frente, que seria encarar o Vila Nova e Goiás, com ambos os jogos acontecendo no Estádio Serra Dourada, em Goiânia-GO. Precisando vencer as duas partidas, o Londrina foi para o Centro-Oeste com menos jogadores relacionados e sem diretores, pois não acreditavam na classificação da equipe.

 

Pacto de Goiânia

 

Após declarações na imprensa repercutirem mal dentro do elenco em Goiânia-GO, alguns jogadores se reuniram para firmar um pacto em busca das duas vitórias para voltar classificado ao Norte paranaense. Nomes como o goleiro Paulo Rogério e os zagueiros Edson Madureira e Arenghi, se reuniram em busca do melhor para o clube.

 

O goleiro Paulo Rogério comentou como foi esse momento. “Não tínhamos nem banco completo nesses dois jogos, quando saímos de Londrina, vimos algumas manchetes no jornal que nos deixou muito tristes e resolvemos se reunir para dar uma resposta a todos que duvidaram de nós”, enfatizou o arqueiro.

 

No primeiro jogo, no dia 15 de dezembro de 1977, o Londrina venceu o Vila Nova com gol de Xaxá, em cobrança de pênalti. Após a primeira vitória, Paulo Rogério comentou que diretores do clube se organizaram para poder ir a capital de Goiás acompanhar a segunda partida, mas os jogadores não quiserem esse apoio.

 

Três dias mais tarde, o Tubarão saiu atrás do marcador contra o Goiás e foi para o intervalo com derrota, o que causou uma revolta no técnico Armando Renganeschi. “Lá em Goiás, na chuva, ele não deixou a gente entrar no vestiário, disse que não fizemos o que foi pedido e por isso, ficamos na chuva, nem o uniforme trocamos de um tempo para o outro”, lembrou Paulo Rogério. Se o intuito era motivar os jogadores, deu certo, pois com dois gols de Brandão, o LEC virou a partida e encerrou a repescagem na liderança, garantindo a vaga na terceira fase.

 

Terceira fase: Derrubando grandes do Brasil

 

Após a classificação sofrida na repescagem, o Londrina avançou para a terceira fase no Grupo S ao lado de cinco outras equipes: Caxias, Flamengo, Corinthians, Santos e Vasco da Gama. No novo ano, entrando em 1978, a moral dos atletas também mudou para a continuidade da competição.

 

Para Garcia, ao lado do Caxias, o Tubarão era o “patinho feio” do grupo. “Nós não saímos de férias no final do ano, continuamos treinando e mantendo o ritmo. A nossa única obrigação era vencer o Caxias, já que o jogo era no Estádio do Café”, concluiu.

 

Na primeira rodada, o Londrina recebeu e venceu o Caxias por 2 a 0. Na sequência, venceu o Flamengo por 1 a 0, em outro jogo no Norte paranaense. Na terceira rodada, venceu o Santos, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo-SP por 2 a 1. Na penúltima rodada, venceu o Corinthians, no Estádio do Café por 1 a 0, com o maior público até hoje registrado no palco londrinense.

 

Na última rodada, o Tubarão foi ao Rio de Janeiro-RJ para um confronto decisivo contra o Vasco da Gama, que teria que vencer o LEC por dois gols de diferença para ultrapassar o clube paranaense. Em um clima extremamente hostil, o Londrina enfrentou uma verdadeira guerra no Estádio de São Januário.

 

Com um futebol diferente das demais equipes, o LEC venceu o Vasco por 2 a 0 e confirmou sua vaga nas semifinais do Brasileiro de 1977. O camisa 8 daquela campanha, falou que os adversários ficavam perdidos contra o Londrina. “A torcida teve um papel muito importante naquela época, estádios lotados, com aquela vibração. Todos os jogadores melhoraram seu rendimento, a nível de confiança, já entrávamos em campo sabendo que iria vencer, o Seu Renga (apelido do técnico Armando Renganeschi) ajudou muito no tático, pois o Xaxá voltava para marcar para mim, naquela época a gente já jogava no 4-4-2, era só eu e o Brandão na frente, o Nenê voltava, o Xaxá voltava e a gente pegava os adversários no 4-3-3, então a gente engolia os caras no meio-campo”, afirmou Garcia.

 

Semifinal do Brasileiro

 

No período de 1977, a Copa Libertadores da América ainda não despertava o interesse como nos dias atuais, mas o presidente Franchello, como um grande visionário, dizia que o Londrina iria buscar sua vaga com uma boa classificação no Campeonato Brasileiro, porém, os jogadores não pensavam na competição sul-americana.

 

Para Paulo Rogério, os jogos contra o Atlético Mineiro eram o objetivo. “Quem falava de Libertadores era o Franchello, eu particularmente e o time não pensávamos nisso não, a gente falava que tinha de passar pelo Atlético”, relembrou o arqueiro.

 

Na partida de ida, com o Estádio do Mineirão com quase 100 mil pessoas, até hoje o maior público que viu uma partida do LEC, o Alviceleste fez uma grande partida, dito por alguns, como o melhor jogo do campeonato, mas foi superado pelo placar de 4 a 2. Os gols do Londrina foram marcados por Brandão e Carlos Alberto Garcia.

 

Garcia comenta que pela partida que o time fez, o resultado foi injusto, pois pelo menos o empate o Tubarão merecia. “Por incrível que pareça, foi a partida melhor nossa em todos os aspectos e foi a partida que perdemos por um placar elástico na minha opinião, se a gente vencesse ou ficasse empatado por 4 a 4, seria o mais justo”, argumento Carlos Alberto Garcia.

 

Precisando reverter na volta no Estádio do Café, o LEC ficou atrás do marcador por 2 a 0, mas empatou a partida com gols de Brandão e Ademar, encerrando sua participação na competição, com o quarto lugar na classificação geral.

 

O goleiro Paulo Rogério enfatizou que o grupo do Londrina em 1977 era muito bom, com ótimos jogadores em todas as posições. “O grupo de jogadores que tinha no Londrina, o nível era muito bom, o time inteiro e até o banco de reservas tinha jogadores muito qualificados. Outra coisa era a união, todos os atletas eram amigos de todos, nos dávamos muito bem e isso só acrescentou ao time”, finalizou Paulo Rogério.

 

O time base do Londrina naquela competição era formado por: Paulo Rogério; Claudinho, Carlos, Arenghi e Dirceu; Zé Roberto, Ademar, Xaxá e Nenê; Carlos Alberto Garcia e Brandão. O comandante do time era o técnico Armando Renganeschi.

 

Comparado com outros clubes paranaenses, o Tubarão terminou na 4ª colocação, enquanto o Grêmio Maringá ficou com o 31º lugar, o Athletico Paranaense na 45ª colocação e o Coritiba em 49º lugar.

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